sábado, 7 de novembro de 2015

O que estás a fazer Caracol?

Não sei se é de ser filha única e de ter passado a minha infância a brincar com a minha imaginação e comigo mesma, não sei se é de ter nascido numa pacata aldeia onde o tempo quase pára nos longos e quentes dias de verão, e congela nos curtos, gélidos e escuros dias de inverno. Não sei se é de já ter andado num colégio interno que ficava longe das minhas raízes, amigos e familia, na adolescência. Não sei se é de ter começado a morar sozinha aos 18 anos numa cidade que não é a minha.
Não sei.
Passo muito tempo sozinha.
E acho que cada vez mais o faço. Não sei porquê!
Hoje está um dia lindo. Calor em novembro! Estou sentada numa esplanada a beber um café. Sozinha.
Sozinha.
Não me importo, é uma coisa que gosto e preciso de fazer.
Mas vejo o olhar das outras pessoas. "O que está uma rapariga tão jovem a fazer sozinha numa esplanada deste dia tão lindo?"
Para as pessoas ainda é dificil entender esta perspectiva. Para muita gente é dificil. Para mim não, é simples e perfeitamente aceitável.
Não vou mentir, hoje neste preciso momento gostava de estar com a minha familia, tenho saudades deles e custa-me passar determinados dias longe deles. Custa todos os dias. Mas às vezes custa mais. Hoje custa mais.
Se estivesse na esplanada com os meus amigos não ia pensar nisto. Mas sou estúpida, e tenho a mania que sou forte, que não preciso de nada nem ninguém! Sou estúpida, e penso que nesta tarde incrivelmente bonita e quente toda a gente tem planos melhores do que estar comigo.
Hoje a minha companhia sou eu.
Não é perfeito, mas é perfeitamente aceitável.

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